quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cinema e publicidade: 'Junto e misturado'


Cinema e publicidade há tempos caminham de mãos dadas, feito Charles Chaplin e Paulette Godard no final de Tempos Modernos. Cineastas dirigem comerciais, publicitários migram para o cinema, e as linguagens de um e outro meio estão cada vez mais próximas. Mas é preciso ressaltar que esse relacionamento íntimo não vem de hoje. Diretores renomados como Federico Fellini já fizeram filmes publicitários, e no Brasil um cineasta como Carlos Manga, responsável por algumas das mais conhecidas chanchadas da Atlântida como Matar ou Correr (1954) e Nem Sansão Nem Dalila (1955), trabalhou anos com publicidade. Afirmou Manga: “A diferença entre cinema e propaganda é que no cinema conto uma história em 90 minutos, enquanto na propaganda tenho que fazer isso em 30 segundos”.

Diretores, roteiristas, câmeras e profissionais de cinema especializados em áreas como fotografia, montagem, figurino, som e direção de arte, dentre outros, buscam colocações em outras áreas do campo audiovisual, como programas de TV, produção de videoclipes ou, principalmente, de comerciais, campo em que o mercado de trabalho é maior. É até natural, pois, que a linguagem cinematográfica influencie a publicitária e vice-versa. No Brasil, alguns dos principais cineastas da atualidade, como Fernando Meirelles (Cidade de Deus), Breno Silveira (2 Filhos de Francisco) e Andrucha Waddington (Casa de Areia) ganharam experiência dirigindo comerciais antes de se aventurarem na tela grande.

O caminho inverso também ocorre. Vide a campanha The Hire da BMW, que bancou uma série de 8 curtas-metragens, dirigidos por cineastas do naipe de Ang Lee, Wong Kar-Wai e Alejandro González Iñarritu. Cada diretor ganhou liberdade criativa para desenvolver seu próprio filme, desde que usasse os carros da BMW como elementos importantes na narrativa. Resultado: uma campanha extremamente bem-sucedida: os filmes foram visualizados mais de 100 milhões de vezes, a campanha recebeu o Grande Prêmio do Cannes Cyber Lion de 2002 e, de quebra, passou a integrar a coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Podemos aproveitar e comentar que a publicidade chegou ao Teatro.
O Teatro folha será patrocinado até abril de 2011 pela lorinzetti, inaugurado em 2001, o Teatro Folha é um dos maiores do País e recebe, semanalmente, cerca de 2,8 mil pessoas. Esse foi o fator determinante na decisão da Lorenzetti que, com o patrocínio, deseja transmitir cultura, informação e entretenimento ao maior número possível de pessoas.

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